Leilões sempre foram um bom caminho para quem precisa comprar um carro ou moto, mas não quer ou não pode investir valores tão altos. Os leilões também são alvo de pessoas procurando uma oportunidade de encontrar um veículo em bom estado a um preço bastante abaixo do mercado com a ideia de, futuramente, revendê-lo.
Para essa compra não se tornar uma dor de cabeça, é importante ter algumas informações em mãos. E uma das principais dúvidas entre quem está planejando ofertar um lance é: carro de leilão pode ter seguro?
A resposta é “sim”, carros de leilão podem ter seguro. Mas há ressalvas e detalhes que precisam ser esclarecidos, como veremos abaixo.
Conhecer a origem do veículo é uma das formas de prevenir uma possível dor de cabeça. Por isso é importante entender o porquê do leilão ter acontecido. Existem quatro tipos de leilão. Oriundos de financeiras, de seguradoras, de montadoras e, por fim, do Detran ou outros órgãos públicos.
Cada um deles tem seus prós e contras, mas neste post vamos focar nos dois primeiros pois são os mais comuns e procurados. Os leilões de seguradora oferecem carros que foram recuperados após algum sinistro, ou seja, podem ter sofrido colisões, passado por enchente ou então ter sido recuperado de um furto ou roubo. Em razão disso é frequente ter dificuldade de fazer o seguro desses veículos.
No caso de carros batidos, deve-se entender qual foi a classificação da colisão: se foi de pequena monta, de média monta ou de grande monta.
A grande monta remete a carros condenados, ou seja, que chegaram ao fim de sua vida útil e deverão ser retirados de circulação. São considerados sucatas.
Nunca compre esse tipo de veículo pois, além de não ser possível segurá-lo, você terá problemas mecânicos e legais. Carros com essa classificação deverão ser direcionados para empresas que irão retirar e revender as peças que ficaram em bom estado.
Para os carros de média monta (classificação que sinaliza comprometimento estrutural do carro), é possível realizar os devidos reparos, que por sua vez deverão passar por vistoria técnica de um órgão ligado ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para ter o Certificado de Segurança Veicular (CSV) emitido.
Com esse documento, o carro pode voltar a circular pois entende-se que ele está em condições adequadas para rodar. Mesmo após esse processo, o seguro poderá ser negado.
Já na pequena monta, não é necessária a emissão do CSV porque os danos no carro são pequenos e não comprometem seu funcionamento e estrutura. Justamente por isso e por não haver registro de veículo recuperado é muito mais fácil conseguir segurar veículos de leilão classificados como pequena monta.
Quando se fala dos carros de leilão de financeiras, as restrições e riscos são menores tanto pelo lado do comprador quanto pelo lado da seguradora. Ao contrário dos leilões de seguradora, os automóveis foram recuperados pelo banco que financiou a compra, pois o proprietário parou de pagar as parcelas.
Nesse caso, não há histórico de colisões, o que torna esses veículos os mais desejados quando o assunto é leilão. Também por esse motivo normalmente eles costumam ter o seguro liberado.
Enquanto algumas seguradoras têm como regra não fazer o seguro de carros de leilão, outras já apresentam alguma flexibilidade. Para aceitação de veículos de leilão, de enchente ou salvados de qualquer natureza é necessário apresentar laudo de inspeção veicular expedido por uma empresa vinculada ao Inmetro.
Essa é a regra básica para saber se um veículo oriundo de leilão poderá ter seguro. Por meio da vistoria as seguradoras têm uma garantia maior de que os carros possuem condições adequadas para rodar e, consequentemente, não oferecerão risco de acidentes de trânsito e um possível prejuízo.
Está enganado quem acredita que não existe mais nada com o que se preocupar após as inspeções realizadas e o laudo atestando que o carro leiloado está em bom estado. Antes de arrematar um carro de leilão, é muito importante saber que os valores oferecidos pelas seguradoras costumam ficar abaixo do valor de mercado.
A Tabela Fipe, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, é a referência usada pelas seguradoras para indenizar seus segurados. É comum se ter um contrato de seguro formalizando restituição de 100% do valor da Fipe no caso de uma perda total, por exemplo.
Porém, é raro ter esse valor de cobertura quando o assunto é carro de leilão. Quando aprovado, o seguro fica em torno de 90% da tabela, sendo que algumas empresas podem ajustar para 100% no ato da renovação do seguro (desde que não tenha acontecido nenhum sinistro).
A dificuldade de fazer seguro para o carro leiloado é um problema pequeno para quem já conhece os detalhes desse canal de compra. O risco maior acontece quando uma pessoa adquire, sem saber, um carro de leilão, acreditando que se trata de um seminovo como qualquer outro.
Por isso, uma das formas de se evitar dor de cabeça na compra do carro é procurando empresas sérias, pedindo ajuda a especialistas (mecânicos de confiança, por exemplo) e, principalmente, investigando o histórico do veículo.
O melhor caminho para saber detalhes de um carro antes de comprá-lo é por meio da consulta de placas em sites especializados como o Carzen, que disponibiliza dados originais do carro, indícios de sinistro, preço de mercado, histórico de leilão, desvalorização média no mercado, decodificador de chassi, valor na tabela Fipe, recalls abertos, entre outras informações.
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