O momento da compra de um carro é um momento mágico para muitas pessoas, mas que ao mesmo tempo traz diversas preocupações referentes à negociação, como preço, condições de financiamento e o valor da avaliação do veículo. Nesse último ponto, existe uma grande discussão sobre o que é melhor: deixar o carro na troca ou vender para particular?
Existe um certo senso comum de que a venda para uma pessoa física é a melhor opção, já que nela se consegue mais dinheiro. Porém, também é válido considerar alguns fatores que podem mudar esse ponto de vista e até levá-lo a fazer um negócio tão bom quanto faria na venda para particular.
Um dos primeiros itens a se considerar certamente é o preço da avaliação. Como lojistas e concessionárias precisam revender o automóvel que entrou na troca, na maior parte das vezes eles oferecerão um preço abaixo do valor de mercado para que o carro tenha um preço competitivo e diminua a chance de ficar “encalhado” no estoque. Ao mesmo tempo, o natural é que você, que está vendendo seu bem, não esteja disposto a perder dinheiro.
Entretanto, em alguns casos é possível encontrar soluções que podem desfazer esse cabo de guerra que é encontrar um denominador comum no preço de compra e de venda.
Uma das formas de equilibrar a negociação é o lojista também abrir mão da margem de lucro dele, ou seja, ele também pode apresentar um desconto para compensar o preço reduzido que ofereceu ao cliente.
Outro caminho comum é encontrar concessionárias de carros 0 km que possuem um bom bônus para pagar bem no veículo do cliente. Esse bônus, chamado trade-in, é disponibilizado pela maioria das montadoras justamente para aumentar o valor da avaliação, o que pode tornar a negociação tão atraente quanto a venda para particulares.
Ainda assim, vale ressaltar que na maior parte dos casos, fechar negócio com uma pessoa física ainda é um dos caminhos mais rentáveis para quem não abre mão do valor de mercado do seu carro.
Se a venda para pessoa física tem um peso diferenciado para quem procura valorizar seu veículo usado, existem outros três fatores que podem pesar contra: velocidade da venda, segurança e comodidade.
Vender o carro “por fora” exige tempo para encontrar alguém disposto a pagar o preço que você deseja. É comum ter que lidar com pessoas oferecendo terrenos, imóveis ou ainda veículos que estão fora da sua lista de interesse. Difícil é encontrar pessoas com dinheiro para pagar à vista e que não queiram fazer uma proposta abaixo do valor de mercado justamente por estarem com o dinheiro em mãos.
Quando o comprador certo é localizado, o carro usado que estava de olho já pode ter sido vendido ou o 0 km pode ter aumentado de preço, bem como perdido a taxa de financiamento especial. Ou seja, caso a venda para particular demore, o risco de perder aquela oportunidade é grande.
O quesito segurança também tem peso diferente quando a negociação acontece fora e dentro de um ambiente profissional. Na prática, para conseguir vender um carro para uma pessoa física pode ser necessário ter que marcar encontros presenciais para mostrar o carro e até mesmo para fazer um test-drive, o que já aumenta o risco de roubo ou de golpes como o golpe do intermediário.
Também é maior o risco de fraude em pagamentos, já que bandidos têm forjado comprovantes de pagamento falsos por meio de depósito de envelopes vazios ou de comprovantes adulterados digitalmente.
Também deve ser considerado que existe uma certa comodidade dentro de concessionárias e de lojistas referente a serviços automotivos como despachantes, seguro, financiamento e, em alguns casos, instalação de acessórios. Como a maior parte dos profissionais da área possuem departamentos relacionados ou prestadores de serviço de cada segmento, a economia de tempo para resolver tudo é maior.
Fora isso, caso o seu carro apresente algum problema posterior à venda, a empresa que você vendeu seu carro dificilmente irá procurá-lo para reclamar. Considerando a venda para outra pessoa, normalmente ele retorna afirmando que foi enganado ou que gostaria que realizasse os devidos reparos.
Se você definiu que vai vender seu carro para uma pessoa física, alguns cuidados são necessários para evitar problemas. Quando for marcar um ponto para mostrar o seu carro, escolha um local público e movimentado, como um posto de gasolina. Muitos possuem pontos de encontro específicos para isso.
Se puder, vá acompanhado. Caso o comprador queira fazer um test-drive (o que é normal), você poderá ir no banco da frente enquanto seu acompanhante irá no banco de trás, gerando maior segurança.
Quando o negócio for fechado, marque de ir ao banco com o comprador para que ele faça a transferência dos valores, o que irá garantir que o pagamento vai cair na sua conta. Caso escolha pela praticidade da transferência ou do depósito, aguarde até 100% do valor aparecer em seu extrato. Muitos golpistas acabam forjando a transferência e alegam pressa para levar o carro. Explique que só poderá liberar seu automóvel quando estiver com o dinheiro na conta, mesmo que ele apresente comprovantes de que já efetuou o pagamento.
E se for pegar o veículo do comprador como parte do negócio, aproveite para consultar a placa em sistemas especializados como o Carzen. Puxar placa de veículos é um recurso de segurança de baixo custo e que certamente diminui o risco de prejuízos, já que será possível checar histórico de leilão, restrições, multas, duplicidade de motor, entre outros dados importantes.
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