Vale a pena comprar carro a diesel?

Carros equipados com motores diesel são o desejo de muitos brasileiros. Esses modelos fizeram parte da história de várias famílias no passado, principalmente representados por picapes e por jipes, e continuam sendo objetos de desejo entre boa parte dos motoristas. Mas será que vale a pena comprar carro a diesel?

O culto a esses tipo de veículo vem da fama (justa, diga-se de passagem) de que os motores diesel entregam mais robustez, alta durabilidade e economia. Não à toa, a maioria dos ônibus e caminhões também são movidos por esse tipo de motorização.

Para chegar a uma conclusão se você precisa ou não, é necessário considerar fatores como a rotina de uso do veículo, valores e gastos com combustível, entre outros, como veremos abaixo.

Vale a pena comprar carro a diesel?

Como ponto de partida, deve-se comparar o preço da opção diesel e da opção flex ou a gasolina. A distância de valores é grande: um Renegade 1.8 flex automático 21/22 parte de R$ 123.590,00, à vista.

Já a mesma versão, porém diesel, custa inicialmente R$ 160.590,00, à vista. Ou seja, a distância é de R$ 37.000,00 e é essa diferença que deve ser considerada antes da tomada de decisão.

Considerando que ambos valores estão dentro do orçamento do comprador, uma das questões a serem levantadas é a de se seria melhor manter os R$ 37.000,00 em uma aplicação, utilizá-lo para uma reforma, viagem ou outro fim.

Quando se olha o mercado de carros usados diesel a discrepância de preços também é notável. Um Toyota SW4 3.0 SR 4×4 turbodiesel 2013, por exemplo, tem preço médio de R$ 137.548,00, enquanto a SW4 SR 2013 com motor 2.7 flex automática 4×2 parte de R$ 91.097,00, à vista.

A diferença entre uma e outra é de R$ 46.451,00. Os valores foram levantados na tabela Fipe e sofrerão alteração com o passar do tempo.

Economia de combustível

Entre os motivos principais que mais atraem pessoas interessadas em carros a diesel está a economia de combustível. Novamente, levaremos em conta o exemplo do Renegade. Segundo dados do Inmetro, o consumo é até similar (apesar de, na prática, o flex consumir mais na cidade do que os indicadores apresentados).

O motor 2.0 turbodiesel do SUV da Jeep faz 10,2 km/l e 12,9 km/l, na cidade e na estrada, respectivamente. O motor 1.8 Flex automático marca 10 e 12 km/l com gasolina e 6,9 e 8,6 km/l com etanol.

O que mais pesa no orçamento, entretanto, é o preço de cada combustível na bomba do posto. Considerando os valores médios praticados na cidade de São Paulo, levantados pela startup Preço dos Combustíveis, atualmente a gasolina custa R$ 6,613, o etanol R$ 4,162 e o diesel sai por R$ 4,633.

Com isso, é possível perceber que o carro a diesel gera menos gastos tanto na hora de rodar quanto na hora do abastecimento, já que o preço do diesel é menor que o da gasolina e próximo ao do etanol atualmente.

Rotina com o carro

Fora as questões “preço” e “consumo”, é fundamental considerar o tipo de utilização do carro para entender se o motor a diesel é realmente necessário.

Se você roda poucos quilômetros por  dia, por exemplo, provavelmente um carro flex pode te atender muito bem, já que o fator durabilidade do motor não fará diferença.

O tempo que pretende ficar com o veículo também pode fazer diferença nos casos de quem roda pouco. Se andar pouco, mas pretende ficar bastante tempo com o carro, pode ser que o investimento se justifique com o passar dos anos. Porém, se a ideia é trocar a curto prazo (2 a 3 anos, por exemplo), a conta pode não justificar.

Outra análise a ser realizada é a dos percursos que costumam ser feitos e dos lugares que costumam circular. Rodar e permanecer pouco com o automóvel podem ser fatores indiferentes caso o proprietário precise de um motor mais forte.

A força e robustez do motor diesel é um diferencial, ainda mais considerando que muitos são acompanhados da tração 4×4. Pessoas que precisam usar reboque e transportar cargas pesadas, por exemplo, estão entre os públicos que a motorização diesel pode ajudar nas rotinas do dia a dia.

Já para aqueles que preferem esse tipo de motor por  causa do desempenho, uma alternativa seria procurar opções a gasolina ou flex com turbo de fábrica, que conseguem conciliar bons números de aceleração e de economia, sem cobrarem tanto quanto as opções diesel.

Valor de revenda

Existem categorias que são mais sensíveis ao tipo de motor. Picapes médias como Chevrolet S10, Toyota Hilux e Ford Ranger se desvalorizam menos e são mais fáceis de vender do que suas equivalentes equipadas com motor flex. 

Já quando falamos no segmento de SUVs compactos e médios o comum é encontrar esses modelos equipados com a opção flex, por isso sua desvalorização segue um ritmo normal tanto quando consideramos os carros flex quanto os diesel.

Consulta placa

Independentemente do modelo e motor que pretende comprar, uma forma de verificar os dados originais de carros usados e sua desvalorização é por meio da consulta de placas de veículos por meio de sistemas especializados como o Carzen. Além disso, é possível checar histórico de leilões e indícios de clonagem do motor.

Agora que você já tem um ponto de partida para analisar se os carros movidos a diesel fazem sentido para o seu perfil, veja também os prós e contras da compra de carros 0 km e de carros usados.